terça-feira, 19 de julho de 2011

Pequena taça tripé - Aleluia

A Aleluia nasce em 1905 pela mão de cinco fundadores, entre os quais o ceramista João Aleluia, principal impulsionador do projecto e posteriormente administrador da unidade fabril.
A fábrica começa por instalar-se num pequeno armazém dedicando-se sobretudo à produção de loiça doméstica e azulejos em escala reduzida.
Em 1917, João Aleluia transfere a fábrica do bairro dos Santos Mártires, onde então se situava, para uma propriedade sua na Rua e Cais da Fonte Nova, também na freguesia da Glória em Aveiro.
Desde essa data a empresa adopta uma estratégia de modernização permanente do equipamento, tendo em vista o aumento da quantidade e a melhoria da qualidade da produção.
Em 1922, realiza-se a primeira exposição, na casa de móveis de Francisco Casimiro da Silva, tendo a empresa adoptado a denominação definitiva de Aleluia.
A década de 20 é uma década de renovação das tecnologias e materiais, reflectindo-se numa abertura às tendências artísticas internacionais. Muitas das peças produzidas nos anos seguintes revelam o gosto Art Déco no desenho das formas e das decorações.
Em 1935, após a morte do fundador, os seus herdeiros constituem a sociedade Aleluia & Aleluia, apostando na divulgação e afirmação da marca no mercado. A empresa cresce e desdobra-se em vários tipos de produção, ficando a fábrica Aleluia dedicada especialmente à elaboração de faiança decorativa, azulejos e painéis.


Pequena taça tripé de contorno assimétrico e decoração geométrica relevada, 675A, Anos 50. © CMP

O período compreendido entre 1940 e 1960 é aquele em que a fábrica produz maior quantidade de cerâmica decorativa. As peças produzidas nesta época oscilam entre o gosto folclórico e popular de motivos estilizados, fomentado pelo Estado Novo e as tendências modernistas internacionais. 


Taça tripé, 675A, 13,5 cm de diâmetro. © CMP

A Aleluia produz uma quantidade de peças extraordinariamente inventivas do ponto de vista formal, decoradas com padrões geométricos pintados à mão, onde a conjugação da linha com a cor se traduz num evidente apelo gráfico.


Taça tripé, 675A, Cerca de 5 cm de altura. © CMP


Influências escandinavas e francesas, especialmente das obras de Stig Lindberg e Roger Capron, são de notar. Seria importante saber quais os autores responsáveis pelo desenho das peças, como absorveram tais influências e a que mercados se destinava esta produção.

Taça tripé, 675A, detalhe. © CMP


Marca no pé. © CMP

Provavelmente a identificação do modelo e da decoração 675A. © CMP


Nesta peça a marca - Aleluia, Aveiro - aparece esgrafitada num dos pés,  ao contrário do que acontece na maior parte das peças suas contemporâneas que são marcadas com o carimbo da fábrica na base.

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